Não precisava de mais nada que atordoasse a minha pequena e frágil mente. Meus pés fixos ao chão.. mas me sentia leve, apesar de ao mesmo tempo me sentir tão pesado (a consciência se mostrando) .. como se não existisse chão para mim. Meus braços juntos ao meu corpo.. como se não quisessem se libertar de tanta dor e sofrimento que de certa forma.. o meu corpo físico foi friamente descontado. Não tinha mais tempo para me lamentar de tantas ilusões que a vida me apresentou e continua a me apresentar. De fato, não esperava que o castigo seria esse.. que a vida.. a própria vida.. não um ser físico e vivo.. mas sim algo que carregamos desde o ventre de nossas mães.. fosse me castigar com tanta crueldade. Sim.. a vida pode até ser boa.. bacana.. "show de bola".. "massa".. mas quando castiga.. mexe com o psicológico.. com o que tem dentro de nós.. com o nosso eu indeterminado. Mas, não tenho do que reclamar.. Na verdade, nem deveria reclamar de uma coisa que, apesar de ter sido tão fatal.. foi tão sábia para mim. Tão inteligente e examinadora. Não me esqueço dos apertos que passei durante um longo tempo. Nem mesmo dos momentos tristes e de extremos abalos.. Mas penso nisso e trato como uma lição, mesmo que não consiga demonstrar, que só consiga deixar em aberto as conseqüências de um aprendizado nada tranquilo. Só tenho que agradecer e jamais repetir os erros do passado.. por justamente não querer sofrer tanto quanto sofri..
Mayara
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